Pelo menos quatro questões parecem ser particularmente importantes na agricultura sustentável. A primeira está ligada à diversificação econômica da propriedade rural. Depender de apenas um cultivo não parece ser uma decisão inteligente no mundo de hoje. É preciso que o dinheiro entre no bolso do agricultor várias vezes durante o ano para pagar as despesas do dia a dia.
Para isso, deverá ter uma produção de frutas, verduras, carne, leite etc. A renda anual do café, muito comum aqui no Estado, deve servir como uma espécie de poupança, para investimentos maiores.
A segunda está ligada à proteção do meio ambiente. Deve-se apostar em uma agropecuária integrada com a natureza. Pastagens com árvores terão que compor um novo cenário rural, e terá que se aprender a cultivar dentro das florestas. Isso parece soar como uma utopia, mas é a realidade que devemos buscar se quisermos ter alimentos e água no futuro.
A terceira questão diz respeito à organização social dos agricultores. Mais que criar associações e cooperativas que auxiliam na comercialização dos produtos agrícolas, é preciso que os agricultores participem dos espaços de discussão, proposição e deliberação de políticas públicas.
Por último, está o papel do Estado na criação e execução de políticas públicas de apoio à agricultura e nos investimentos de logística e infraestrutura rural. No caso do Espírito Santo, estão em execução diversos programas, projetos e ações contidos no Novo Pedeag 2007/2025. Dentre eles podemos destacar: o Pronaf Capixaba, o Programa de Crédito Fundiário e o Programa Caminhos do Campo.
Em resumo, a sustentabilidade da agricultura só poderá ser atingida com a combinação simultânea das dimensões econômicas, ambientais, sociais e políticas. Rotular uma atividade de sustentável quando ela congrega apenas uma única dessas dimensões pode significar retrocesso a um passado que não interessa para a nossa geração e nem para aquelas que ainda estão por vir.
Fonte: Gazeta Online.


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